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Ferramentas de Engenharia de Requisitos: como aplicar em cada fase do processo

  • Foto do escritor: Tuane Paixão
    Tuane Paixão
  • 25 de set.
  • 3 min de leitura

 Da elicitação à gerência, descubra como escolher as técnicas certas para reduzir riscos e aumentar a eficiência em projetos de software.


A Grande parte das falhas em projetos de software acontece porque os requisitos não foram bem entendidos, documentados ou validados. Não é à toa que pesquisas mostram que até 70% dos problemas em sistemas têm origem em requisitos mal definidos.


A boa notícia é que existem ferramentas específicas que apoiam cada fase do processo de engenharia de requisitos, tornando-o mais confiável, rastreável e alinhado ao negócio.


Neste artigo, vamos percorrer as cinco principais fases : elicitação, análise, especificação, validação e gerência de requisitos e destacar quais técnicas podem ser aplicadas em cada uma delas.


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1. Elicitação de Requisitos: descobrir necessidades reais

A elicitação é o ponto de partida. Aqui, o analista precisa entender profundamente o problema e capturar expectativas de diferentes stakeholders.


🔧 Ferramentas práticas:

  • Entrevistas e questionários: ótimos para levantar necessidades diretas.

  • Workshops e brainstorming: promovem colaboração e novas ideias.

  • Observação em campo (shadowing): útil quando os usuários não conseguem expressar claramente suas dores.

  • Mapas de Empatia e Personas: ajudam a representar perfis de usuários e suas motivações.

  • Storytelling: traduz a jornada do usuário em narrativas compreensíveis.

💡 Exemplo: em um sistema de saúde, acompanhar médicos em consultas pode revelar problemas que não surgiriam apenas em entrevistas.


2. Análise de Requisitos: organizar e priorizar


Depois de coletar informações, é hora de organizar, identificar conflitos e priorizar o que realmente agrega valor.


🔧 Ferramentas práticas:

  • Matriz SWOT: para entender riscos e oportunidades do sistema.

  • Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa): ajuda a encontrar a raiz dos problemas.

  • Modelagem de processos (BPMN): representa visualmente fluxos existentes e ideais.

  • Métodos de priorização (MoSCoW, Kano, WSJF): separam requisitos críticos dos opcionais.

  • Prototipagem em baixa fidelidade (wireframes): valida ideias antes de investir em design e desenvolvimento.

💡 Exemplo: ao desenvolver um aplicativo de logística, priorizar o rastreamento de entregas pode ser mais valioso do que adicionar personalizações estéticas no início.


3. Especificação de Requisitos: documentar com clareza

Com os requisitos analisados, chega o momento de formalizar tudo em artefatos claros e compreensíveis para técnicos e não técnicos.


🔧 Ferramentas práticas:

  • Casos de Uso (UML): descrevem interações entre usuário e sistema.

  • Diagramas UML (atividade, sequência, classes): detalham comportamento e estrutura.

  • User Stories e Critérios de Aceitação (BDD/Gherkin): especificação ágil e testável.

  • Protótipos navegáveis (Figma, Axure, Balsamiq): simulam telas e fluxos.

  • Modelagem de dados (MER, DER): organiza entidades e relacionamentos.

💡 Exemplo: no desenvolvimento de um e-commerce, protótipos navegáveis ajudam a validar a jornada de compra antes mesmo da implementação.


4. Validação de Requisitos: garantir alinhamento

Aqui, o foco é confirmar que os requisitos representam de fato as necessidades do negócio.


🔧 Ferramentas práticas:

  • Walkthroughs com stakeholders: revisão colaborativa dos requisitos.

  • Testes de usabilidade com protótipos: simulam a experiência real.

  • Casos de teste derivados dos requisitos: asseguram que eles sejam verificáveis.

  • Matriz de Rastreabilidade: garante que cada requisito esteja ligado a um objetivo de negócio e a testes correspondentes.

  • Workshops de validação: reuniões de alinhamento para ajustes finais.

💡 Exemplo: validar requisitos de um sistema bancário com clientes antes da implementação pode evitar problemas de usabilidade que impactariam milhares de usuários.


5. Gerência de Requisitos: manter consistência e rastreabilidade

Requisitos não são estáticos. Eles mudam conforme o negócio evolui. A gerência de requisitos garante controle, rastreabilidade e evolução ao longo do ciclo de vida do projeto.


🔧 Ferramentas práticas:

  • Jira, Azure DevOps, ClickUp, Trello: para gestão de backlog e rastreabilidade.

  • Matriz de Rastreabilidade (RTM): conecta requisitos, casos de uso e testes.

  • Versionamento (Git, Confluence): mantém histórico de alterações.

  • Refinamento contínuo (Scrum): revisita e atualiza requisitos a cada sprint.

  • Kanban Boards: acompanham status e progresso de requisitos em tempo real.

💡 Exemplo: em sistemas SaaS, onde releases são constantes, o uso de Jira integrado a testes automatizados garante que novas features não quebrem funcionalidades existentes.


💡 A engenharia de requisitos não é um processo linear e burocrático: é um ciclo de descoberta, análise, validação e adaptação contínua.


Utilizar as ferramentas certas em cada fase traz benefícios claros:

  • Menos retrabalho e custos menores.

  • Melhor comunicação entre áreas técnicas e de negócio.

  • Produtos digitais mais relevantes e competitivos.

No fim, não se trata apenas de construir sistemas, mas de criar soluções que realmente resolvem problemas e geram valor sustentável.



Autora:

Eng. Tuane Lisboa

 
 
 
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